Taxa de desemprego volta a apresentar queda após ascensão que durou mais de dois anos

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S11 ARQUIVO 30-12-2010 EMPREGOS PAT Fotos do Posto de Atendimento ao Trabalhador do Governo do Estado. CARTEIRA DE TRABALHO Para o caderno de Empregos. FOTO DIVULGACAO

Expectativa de estabilidade da inflação futura abre espaço para a retomada produtividade no Brasil, mostra análise do Ceper/Fundace

Após passar de 6,5% em dezembro de 2014 para 13,7% em março de 2017 – um incremento de 7,2 pontos percentuais –, a taxa de desemprego apresentou queda. Influenciada pelo aumento da informalidade no mercado de trabalho, a taxa de desemprego no Brasil caiu 0,8 ponto percentual em relação ao trimestre encerrado em abril deste ano e fechou o período de maio a julho em 12,8%, o que representa um total de 13,3 milhões de desempregados.

“No contexto de crise econômica e consequente falta de oferta de empregos formais, a maioria dos 721 mil brasileiros que deixaram a fila do desemprego no trimestre encerrado em julho o fez via informalidade”, analisa o pesquisador do Ceper/Fundace Luciano Nakabashi, coordenador do Boletim Conjuntura Econômica, que também traz dados sobre o PIB, expectativas de mercado, Índice de Confiança do Consumidor.

A queda da taxa real de juros devido à redução da taxa Selic e à estabilidade da expectativa de inflação futura abrem espaço para a retomada da demanda e, portanto, da atividade produtiva no País no segundo semestre de 2017 e ao longo de 2018.

Em boletim divulgado em setembro pelo Banco Central, a expectativa de crescimento do PIB para 2017 era de 0,6%, enquanto que para 2018, a expectativa era de 2,1% – ambas superiores aos valores registrados em semanas anteriores. “Tal melhora é reflexo, em grande medida, da divulgação do PIB do segundo trimestre de 2017, que trouxe números acima dos esperados pelos agentes”, justifica Nakabashi.

A expectativa de inflação acumulada em 12 meses para o fim de 2017 é de 3,08% e  para 2018 de 4,33%. Sobre as contas do governo, as expectativas mais recentes são de déficit primário de 2,45% do PIB em 2017 e 2,26% do PIB em 2018. O déficit do saldo em conta corrente esperado atualmente é um pouco inferior ao registrado três meses atrás, tanto para o fim de 2017 quanto para o fim de 2018.

No segundo trimestre de 2017, o PIB brasileiro a preços de mercado apresentou crescimento de 0,23% quando comparado ao segundo trimestre do ano anterior, de acordo com dados do IBGE. O valor adicionado a preços básicos teve alta de 0,3%, enquanto que os impostos e subsídios se mantiveram praticamente estáveis (crescimento de 0,1%).

Dentre os setores econômicos, o que mais contribuiu para este crescimento foi a Agropecuária, que registrou crescimento de 14,9% em relação ao mesmo período de 2016. Esse crescimento é explicado pela boa safra e pelo aumento de produtividade apontado no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA/IBGE – julho 2017). Além disso, parte dos produtos agrícolas tiveram aumento de preços.

Por outro lado, a Indústria sofreu uma queda de 2,1%. Neste segmento, o destaque negativo ficou com a construção que registrou retração de 7% no valor adicionado. A indústria extrativa mineral, por sua vez, registrou expansão de 5,9% após alta da extração de petróleo, gás natural e minérios ferrosos.

Por fim, o setor de Serviços, também apresentou pequena variação negativa em relação a 2016 (-0,3%).

O Boletim Conjuntura Econômica está disponível no site da Fundace e pode ser acessado através deste https://www.fundace.org.br/_up_ceper_boletim/ceper_201709_00315.pdf

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