Dicas para quem for visitar Ouro Preto em Minas Gerais

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Viajar é sempre uma experiência única. Ainda que a assertiva pareça clichê e, um tanto quanto, piegas, me parece verdade que o ato de viajar sempre deixa de herança algo de narrável, ad aeternum, nas conversas cotidianas de cada pessoa. Isso significa dizer, pois, que cada novo lugar visitado deixa marcas na memória, compatíveis com sentimento, da mesma forma, único.

Recentemente, tive a oportunidade de conhecer a cidade de Ouro Preto em Minas Gerais. Interessou realmente notar as diferentes alternativas de reconhecimento que cada lugar pode proporcionar. Independentemente do interesse pessoal e peculiar pela História do Brasil, a cidade oferece uma gama de possibilidades para aqueles que se encantam também por arquitetura ou têm o hábito de aproveitar as festas/rock ( festas universitárias em Ouro Preto são comumente chamadas de rock) que a vida universitária apresenta. Rodeada e povoada, majoritariamente, por Repúblicas de estudantes da UFOP – Universidade Federal de Ouro Preto -, Ouro Preto me parece conseguir unir as opções que a Universidade proporciona (em especial no Carnaval, a cidade é tomada pelas festas que as Repúblicas oferecem e por turistas de diversos lugares do mundo) com um espaço histórico repleto de referências. Em poucas palavras, parece conjugar o moderno ao arcaico.

Simples, mas uma das melhores atividades por lá é andar pelas ruas de Ouro Preto e, como em um exercício de imaginação histórica, construir mentalmente os sujeitos de outra época. Fica fácil fazer isso quando cada esquina remete o visitante a certa referência do passado histórico mineiro. Com um mapa em mãos e respirando a arquitetura e a arte barroca, a cidade se torna um verdadeiro explorar da História.

Para lá da inspiração basicamente histórica, e sem pretender ilustrar local por local, a intenção é, do mesmo modo, demonstrar como a cidade pode surpreender até os mais avessos a passeios que incluam visitas em museus e afins. Não obstante, é evidente que quem vai à Ouro Preto se depara com um museu a cada esquina, mas as visitas são sempre instigadas pela curiosidade e por adicionais como a degustação de cachaça e a explicação da sua produção – diversos bares tradicionais produzem cachaças. Outra opção, ainda, é visitar o Bar Barroco. Particularmente, e para aqueles que gostam de combinar o espírito de uma época com uma cerveja gelada – sem preocupação com anacronismo -, o boteco é parada imprescindível em Ouro Preto. O Barroco fica na tradicional Rua Conde de Bobadela (Rua Direita), perto da Praça Tiradentes e tem a melhor coxinha da cidade, quiçá, do estado de Minas Gerais que acompanha a famosa pinga com mel.

À bem da verdade, não só a arquitetura impressiona, mas a própria paisagem. Incorporada por morros e montanhas, Ouro Preto é também um deleite visual da natureza. Sendo assim, a dica é não ir de carro à cidade, já que a geografia montanhosa dificulta o acesso aos motoristas não acostumados, além disso, o chamado táxi lotação – com preço em torno de 2 ou 3 reais -, compensa a ida aos diferentes lugares. Pois bem, aproveitando a paisagem, quem vai à Ouro Preto, sempre vai também à Mariana ou João Monlevade. O passeio de trem até Mariana é famoso, justamente, pela paisagem que o cerca.

Ademais, conhecer as Igrejas e apreciar a arquitetura é simplesmente um privilégio. Os passeios sempre são revestidos pelo contexto histórico, cada lugar remete um momento da História do Brasil e, concomitantemente, do passado mineiro – Inconfidência; o pelourinho e os escravos; o ouro e a minas; Aleijadinho e a pedra sabão. De maneira mais geral, Ouro Preto não é do tipo de cidade que uma ou duas visitas satisfazem a vontade de conhecê-la, ir embora sempre deixa aquele famoso gostinho de quero mais.

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