Crescer na crise: como transformou seu negócio meio a uma das piores crises econômicas

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História do sócio-fundador da BlueTrade, Wagner Vieira, é inspiração para o mercado no enfrentamento da crise da pandemia do Covid-19

 

A BlueTrade é a maior operação da XP Investimentos no interior do Brasil e está dentre os maiores escritórios do país. Quem vê essas conquistas não imagina as superações por trás de uma empresa que conseguiu crescer mesmo depois de passar por momentos turbulentos gerados por uma das maiores crises econômicas recentes.

Sua história é tão marcante que tem inspirado outros escritórios da XP Investimentos, que nesta crise gerada pela pandemia do Covid-19 têm convidado um dos sócios-fundadores, Wagner Vieira, para falar sobre como conseguiu transformar adversidades em oportunidades.

A empresa é fruto do empreendedorismo de Wagner e Leone Cabral, dois amigos de Franca (interior de São Paulo), que trabalhavam juntos em um grande banco da cidade e trocaram a estabilidade do emprego para abrir uma agência de investimentos em 2007. Todos os clientes da carteira que atendiam no banco os acompanharam e tudo ia bem até estourar a crise do subprime, em 2008. “Perdemos quase tudo, menos os clientes. Tivemos que recomeçar, nos reorganizar e pouco depois, em 2009, fomos convidados a ser assessores pela XP”, explica Wagner.

Em dez anos, o crescimento foi vertiginoso. São oito mil clientes ativos e R$4,2 bilhões de reais sob custódia. Um escritório referência, em plena expansão, abrindo novas operações, fazendo contratações, até mesmo durante a atual crise, já que a empresa está em processo seletivo para contratar mais de 100 profissionais para seus escritórios.

“Em 2020, todos foram surpreendidos pelo vírus e, infelizmente, já vemos um cenário econômico muito parecido com o de 2008, com escritórios fechando. Porém, para nós da BlueTrade, o aprendizado da crise passada nos ajudou a buscar o caminho para passar por essa”, comenta Wagner.

A adaptação ao modelo virtual foi rápida. O contato com os clientes foi intensificado, mesmo a distância, e as mídias digitais, que já faziam parte do modelo do negócio, propiciaram crescer em meio à crise. O segredo foi ter aprendido com as lições de 2008: investimento em boas práticas; ter uma área exclusiva para análise; em vez de se esconder, apoiar os clientes; em vez de encolher, se reinventar, andar só para frente.

Segundo Wagner, com a crise, ficou perceptível para os clientes que existem diferenças entres os escritórios de investimentos. “O atual mercado não permite amadorismo. Antes, com os juros altos, sempre havia como ganhar dinheiro, agora o jogo é para profissionais preparados”, diz.

Cliente passou por várias crises

Entre os oito mil clientes da BlueTrade, alguns estão com Wagner desde 2001. Iniciaram nos tempos do trabalho no banco e passaram com ele por diversas crises como a do subprime em 2008, e seguem firmes nesta da Covid-19.

O ex-promotor de justiça Christiano José de Andrade, de 84 anos, é um deles. Para ele, as crises fazem parte da lógica do inesperado. “Receber orientação por quem se confia traz tranquilidade”, afirma. Ele é um estudioso do mercado financeiro, valoriza o assessor de investimentos e foge dos bancos, que, segundo ele, tratam os clientes como meta.

Para esse momento atual de crise, Christiano receita dois ingredientes fundamentais: paciência e, claro, boa orientação.

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