Catálogo do Originais do Samba é relançado no digital

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Além de 12 álbuns dos anos 60,70 E 80, Sony Music lança projeto inédito do grupo

Depois da sanfona de Luiz Gonzaga, a malandragem de Bezerra da Silva, o rap-rock do Planet Hemp e outras preciosidades do seu catálogo, a Sony Music traz para as plataformas digitais nessa sexta-feira, 14, 12 álbuns do Originais do Samba. Formado no Rio de Janeiro na década de 60 por alguns dos melhores ritmistas de escolas de samba da cidade, o grupo tem toda a sua discografia lançada originalmente pela RCA entre 1969 e 1983 disponibilizada pela primeira vez nos serviços de streaming e download – que se junta aos já relançados “Os Originais do Samba”, de 1969, e “O Samba E A Corda, Os Originais A Caçamba”, de 1972. Na seleção que chega ao digital estão sucessos do grupo como “Tá Chegando Fevereiro”, “O Lado Direito da Rua Direita” e “E Lá Se Vão Meus Anéis”, incluindo interpretações de obras de nomes como Jorge Ben, Paulinho da Viola, Hermínio Bello de Carvalho, Ataulfo Alves e Paulo César Pinheiro.

Os álbuns de catálogo chegam ao digital junto a novidades do grupo, cuja formação foi se atualizando ao longo dos anos, mantendo o integrante Bigode, um de seus fundadores. “Ontem, Hoje e Sempre” é o novo trabalho dos Originais do Samba, celebrando 50 anos de estrada com 13 canções escolhidas a dedo, com direito às participações especiais de Zeca Pagodinho e Reinaldo.

 

Sobre os relançamentos de catálogo:

Depois de realizar sua estreia na I Bienal do Samba, o Originais do Samba – então formado por Mussum, Bidi, Chiquinho, Lelei, Rubão e Bigode – inicia sua história na RCA em 1969. Incluindo “Sei Lá Mangueira”, de Paulinho da Viola e Hermínio Bello de Carvalho, “Larga Do Meu Pé, Reumatismo”, de Ataulfo Alves, e “Canto Chorado”, de Billy Blanco, o álbum de estreia “Os Originais do Samba” lançou o primeiro sucesso do grupo, “Cadê Tereza”, uma composição de Jorge Ben.

No ano seguinte, o sexteto chegava às vitrolas com seu segundo álbum “Os Originais do Samba, Vol. 2”. O trabalho trazia mais duas interpretações de canções de Jorge Ben, “Vou Me Pirulitar” e “Se Papai Gira”. Quem também ganhou a interpretação do coro de sambistas foi Chico Buarque, com um medley que reuniu “Tem Mais Samba”, “Sonho de um Carnaval”, “Quem Te Viu, Quem Te Vê” e “Noite dos Mascarados”. Os primeiros sucessos de Chico não foram os únicos a ter um pot-pourri no álbum: o grupo inclui ainda no disco uma compilação de sambas clássicos, com direito à “Exaltação à Portela”, de Monarco.

Naquele mesmo ano, os Originais do Samba apresentaram “Samba É De Lei”, mostrando que o sambalanço também tem lugar no repertório do grupo. O trabalho trouxe outro sucesso dos cariocas, “Tá Chegando Fevereiro”, que abre o disco. A música de Jorge Ben e João Mello chega acompanhada de outros destaques como “O Bem E O Mal”, de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito, e “Eu Queria Ficar Sambando”, de Roberto e Erasmo Carlos, além da obra que compõe o título do álbum, “É De Lei”, de Baden Powell e Paulo César Pinheiro.

Em 1971, foi a vez de “Samba Exportação” chegar às lojas, sendo sucedido no ano seguinte por “O Samba É A Corda, Os Originais A Caçamba”. Nesse álbum de 72, vale o destaque para “E Lá Se Vão Meus Anéis”, de Gudin e Paulo César Pinheiro, que se tornou sucesso do grupo, além de “Tereza” e “Lá Vem O Salgueiro”, ambas de Jorge Ben, um nome recorrente nos repertórios dos Originais.

Seguindo a sequência, o samba dos Originais mostra em “É Preciso Cantar” mostra o clássico “Saudosa Maloca”, de Adoniran Barbosa, que abre o disco. Integram o repertório do álbum também “Falador Passa Mal”, de Jorge Ben, “Ilusão Maior”, de Eduardo Gudin e Paulo César Pinheiro, e a homenagem “Ao Velho Poeta Pixinguinha”. Quem também ganha homenagem no disco é o Rei Roberto Carlos, que tem um medley de sucessos compostos em parceria com o tremendão Erasmo, incluindo “Não Quero Ver Você Triste”, “Debaixo Dos Caracóis Dos seus Cabelos”, “Amada Amante”, “Quando As Crianças Saírem De Férias”, “Quando”, “Todos Estão Surdos” e “Jesus Cristo”.

Em 1974, chega “Pra Que Tristeza” – considerado um dos melhores discos do sexteto -, com título emprestado da canção de Délcio Carvalho. Além de músicas como “Mulata Faceira”, de Martinho da Vila, e uma versão swingada de “Samba do Arnesto”, de Adoniran Barbosa e Alocin, o disco traz ainda o sucesso “Tragédia No Fundo do Mar” e a primeira faixa dos Originais com o integrante Mussum – que, mais tarde, ficaria conhecido como um dos Trapalhões – entre os compositores: “Complicação”.

No ano seguinte, quando lançam “Alegria de Sambar”, Mussum aparece de novo em “Ouro Só”, enquanto o clássico de Adoniran Barbosa “As Mariposas” ganha interpretação do grupo. Destaque também para um medley que presta homenagem ao samba-joia de Benito di Paula, com alguns dos maiores sucessos de sua carreira, como “Retalhos de Cetim”, “Se Não For Amor” e “Charlie Brown”.

Lançando “Em Verso E Prosa” em 1976, os Originais do Samba mandam o recado no ano seguinte com “Os Bons Sambistas Vão Voltar”, que leva o título da faixa de Luiz Caldas e Délcio Carvalho. O repertório apresenta ainda “Só Quem Cantou Fui Eu”, de Jorge Aragão, “Arrependimento”, de Cristóvão Alencar e Silvio Caldas e “Eu Agradeço”, de Vinicius de Morais e Edu Lobo, trazendo para o samba os bambas da bossa-nova.

“Aniversário do Tarzan” chega na sequência, com a bem-humorada faixa-título abrindo o álbum. Vale destacar a gravação do clássico apaixonado “Ta-hi (Pra Você Gostar de Mim)”, de Joubert Carvalho, e o medley “Carinhoso / Atire a Primeira Pedra / Mulher / Nada Além / Meu Romance / Aos Pés da Cruz / Abre a Janela / A Jardineira / A Última Canção”, que passa por compositores como Pixinguinha, Braguinha, Ataulfo Alves e Mario Lago.

Em 1979, foi a vez de “Clima Total” e, no ano seguinte, os Originais do Samba incluíram Caetano Veloso e Gilberto Gil no seu repertório com mais um álbum com o nome do grupo. Além de “Gema” e “Ela”, Dona Ivone Lara também ganha versão dos sambistas para “Alguém Me Avisou” e Jorge Ben não fica de fora em “Mulher, Mulher”.

Na lanterna dos relançamentos que coroam o samba nas plataformas digitais, vem “Canta, Meu Povo, Canta”, de 1983, incluindo a canção de Beto Sem Braço e Zeca Pagodinho “Depois do Temporal”. O álbum completa a seleção dos 12 títulos que pedem passagem e ficam à disposição no streaming e download, levando mais longe a obra dos Originais. Afinal, quem não gosta de samba…

Já nas plataformas digitais:

| Os Originais do Samba*

1969

| Os Originais do Samba, Vol. 2

1970

| Samba É De Lei

1970

| Samba Exportação

1971

| O Samba É A Corda, Os Originais A Caçamba*

1972

| É Preciso Cantar

1973

| Pra Que Tristeza

1974

| Alegria de Sambar

1975

| Em Verso E Prosa

1976

| Os Bons Sambistas Vão Voltar

1977

| Aniversário do Tarzan

1978

| Clima Total

1979

| Os Originais do Samba

1981

| Canta, Meu Povo, Canta

1983

 

* Títulos já haviam sido disponibilizados nas plataformas digitais

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