Estrelado por Gérard Depardieu, ‘Tour de France’ estreia no Brasil no dia 13 de julho

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FILME FOI EXIBIDO NO FESTIVAL VARILUX DE CINEMA FRANCÊS 2017, QUE CONTOU COM A PRESENÇA DO RAPPER SADEK, UM DOS PROTAGONISTAS DESSE ROAD MOVIE PELAS MAIS LINDAS PAISAGENS FRANCESAS

Choque entre gerações e culturas diferentes, diálogo, respeito. São estes os principais temas tratados na comédia dramática “Tour de France”, que depois de integrar a programação do Festival Varilux de Cinema Francês 2017, realizado em junho, percorrerá um ‘Tour do Brasil’ em 12 cidades brasileiras, começando pelo Rio de Janeiro e São Paulo no dia 13 de julho. Esta data de lançamento, véspera da festa de comemoração da queda da Bastilha na França, acontece também durante o próprio Tour de France, uma das maiores competições de ciclismo. Com distribuição da Bonfilm, o filme traz o rapper Sadek (disco de ouro na França com seu último álbum lançado em 2016) em seu primeiro papel nos cinemas, interpretando Far’Hook, um jovem francês de origem árabe, também rapper, que, para fugir de uma ameaça de morte, aceita a sugestão de fazer um tour pela França na companhia do pai de seu produtor, o amargurado e preconceituoso Serge (Gérard Depardieu). O trailer do segundo longa-metragem do diretor Rachid Djaïdani:

Com personalidades e ideologias totalmente divergentes, os dois percorrem juntos um ‘Tour de France’ por onde passou Vernet, pintor francês do século 18 encarregado por Luís XV de pintar os portos da França. O que nenhum deles esperava é que criariam laços afetivos e descobririam afinidades. Além de Gérard Depardieu e Sadek, o elenco conta com nomes como Louise Grinberg, Yasiin Bey e Nicolas Marétheu.

De acordo com o diretor Rachid Djaïdani, além dos personagens, o filme é uma mistura de materiais, entre a pintura que é essa arte ancestral de traçar com a mão e o rap que é a poesia da oralidade do presente. No filme, ouve-se rap, a Marselhesa, hino da França, e ainda os cantores franceses Serge Reggiani e Serge Lama. Ele conta que “foi criada uma verdadeira linguagem musical. (…) Cada palavra ecoa com força em nossos ouvidos, como uma diatribe de Molière zombando de um rei”.

Depois de lançar o seu primeiro longa-metragem “Rengaine”, que filmou sozinho durante nove anos, o diretor rodou “Tour de France” com um orçamento maior e com a atuação de Gérard Depardieu, nome consagrado do cinema francês. Segundo Rachid Djaïdani, o que une os dois personagens principais é uma falta de amor.

“A radicalidade deles permite mascarar essa evidência que os une. Eles só têm essa vontade de gritar na floresta: ‘Me amem’. Por trás dessa radicalidade, sempre há uma untuosidade que é feita de amor. Há uma viagem para o espectador nesse filme, mas gostaria que ele fosse além, fora da experiência da sala escura. Permitir abrir, para que se olhe em volta de outra maneira”, comenta o diretor.

A relação que Djaïdani criou com Depardieu, com atuação em mais de 200 filmes e séries, é de respeito: “Agora, com ele, não tenho mais medo da escuridão do cinema”, reflete o diretor. Premiado com o Globo de Ouro e o César por duas vezes como melhor ator, Depardieu explica como foi a sua preparação para interpretar um homem forte e etnocêntrico como Serge.

“É fácil ser amargo. Sobretudo ao ter diante de nós alguém que não conhecemos. E nem conhecemos sua cultura, suas músicas. Acho que os ignorantes – como eu também sou – podem se sentir contrariados”, declara o ator.

Em seu primeiro filme, Sadek explicou como fez para encarnar o personagem: “Far’Hook é um rapper consciente, com um olhar para o mundo que ele quer mudar. Enquanto eu, Sadek, sou diferente. Simplesmente. O personagem me permitiu ter um olhar mais desgastado, mas com uma esperança para a humanidade.

No mês de junho, o filme “Tour de France” foi exibido em mais de 55 cidades do Brasil durante o Festival Varilux Francês de 2017 e ainda contou com a vinda de Sadek.

SINOPSE

Far’Hook é um jovem rapper de 20 anos. Após um acerto de contas, ele é obrigado a sair de Paris por algum tempo. Seu produtor, Bilal, propõe a ele que o substitua e acompanhe seu pai Serge numa volta pelos portos da França, seguindo os passos do pintor Joseph Vernet. Apesar do choque de gerações e culturas, uma amizade improvável surgirá entre o rapper promissor e esse pedreiro do norte da França durante um périplo que os levará a Marselha para um show final, o da reconciliação.

ELENCO

Gérard Depardieu – Serge

Sadek – Far’Hook

Louise Grinberg – Maude

Yasiin Bey – Focé

Nicolas Marétheu – Bilal

FICHA TÉCNICA

Diretor e roteirista – Rachid Djaïdani

Produtora – Anne-Dominique Toussaint

Montadora chefe – Nelly Quettier

Cenografista – Jimmy Vansteenkiste

Diretor de produção – Jean-Jacques Albert

DIRETOR

Rachid Djaïdani é escritor, diretor, roteirista e ator francês. Filho de pai argelino e mãe sudanesa, Rachid cresce em Yvelines, região de Île-de-France. Trabalha com alvenaria em canteiros de obra até descobrir em 1995 que O ódio, filme consagrado de Mathieu Kossovitz com Vincent Cassel, começa a ser filmado próximo à região onde vive. Rachid consegue um emprego como segurança durante as filmagens e, assim, acontece sua estreia no mundo da sétima arte. Após uma breve carreira de boxeador, Rachid é campeão da região onde cresceu. Mas, logo depois, decide seguir a carreira de ator e consegue pequenos papéis no cinema e na televisão. Retorna a sua cidade natal e vive recluso durante três anos, período no qual escreve seu primeiro livro, a aclamada autobiografia Boumkoeur, lançada em 1999. 

Recebe o convite de Peter Brook, em 2003, para ingressar na companhia teatral Thèâtre des Bouffes du Nord e faz turnês com a companhia durante cinco anos, encenando montagens de Hamlet, Le Costume e Tierno Bokar. Em paralelo, Rachid escreve mais dois livros, Mon nerf em 2004 e Viscéral em 2007, dirige vários documentários e uma série web para o canal Arte.

Com a experiência no teatro, Djaïdani aprende a profissão de ator, para retorna ao cinema, onde percebe que é chamado de forma recorrente para papéis de terrorista ou islamista e sente-se limitado a papéis estereotipados. Nesse momento, Rachid se convence que com sua câmera deve escrever a sua história. E assim nasce a peregrinação que durante nove anos, leva o diretor a escrever e filmar situações cotidianas e familiares que se transforma no filme Rengaine, lançado em 2012. Filmado sem nenhum financiamento, o filme é selecionado para a Quinzena dos Diretores e indicado ao César de Melhor Primeiro Filme, recebe ainda o Prêmio Fipresci da crítica internacional nas sessões paralelas da 44ª Quinzena dos Diretores em Cannes e conquista assim uma bela trajetória cinematográfica. Tour De France é seu segundo longa-metragem.

CRÍTICAS INTERNACIONAIS

“Tour de France” diz com simplicidade como a incompreensão pode se tornar um laço forte. Nunca é insípido. O jovem Sadek está impecável. Depardieu passa essa mensagem com uma elegante eficácia.”

Pierre Vavasseur, Le Parisien

“Essa narrativa de iniciação engloba uma sinceridade e uma espontaneidade raras. Daquelas que chegam a ultrapassar os clichês para resultar num filme com emoções vivas, forte e frágil ao mesmo tempo, onde convivem o humor, a nostalgia e o estado de uma sociedade que vai mal.”

 Stéphanie Belpêche, Le Journal du Dimanche

 “O choque entre Gérard Depardieu e Sadek faz realmente faíscas. Acreditamos na amizade que se forma entre o francês mal-humorado e o rapaz do conjunto habitacional obrigado a se manter na linha após ter criado confusão com um colega. O desempenho do « Gégé » nacional é grandemente responsável por esse sucesso.”

Caroline Vié, 20 minutes

 “Sem ironia, sem julgamento : cada um se entrega e se livra dessas palavras (ou de seus males) sem que se sinta a menor sombra de um discurso esclarecedor. Estigmatizante. Pesado. Uma felicidade!”

Ariane Allard, Positif

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